Mais de 20 mil espécies de plantas, aproximadamente 1.000 espécies de aves e 475 peixes, além de uma alta taxa de espécies endêmicas, o que representa uma biodiversidade maior que toda a Europa. Responsável pela produção de diversos serviços ecossistêmicos como regulação e abastecimento de água, regulação e equilíbrio climáticos, proteção de encostas e atenuação de desastres, fertilidade e proteção do solo, produção de alimentos e fibras, e cenário de paisagens cênicas que constituem um patrimônio histórico e cultural imenso e raro.
Estendendo-se do norte ao sul do Brasil e dona de uma rica e surpreendente biodiversidade está a Mata Atlântica, comemorada nesta segunda-feira, 27 de maio. Totalmente inserido no bioma Mata Atlântica, Santa Catarina detém o maior percentual de cobertura florestal remanescente deste bioma. E para manter essa característica, o Estado, por meio do Instituto do Meio Ambiente (IMA), realiza uma série de ações como:
- Priorização da Regularização Fundiária de Unidades de Conservação;
- Criação de Unidades de Conservação Estaduais: estão em processo de criação quatro unidades de conservação estaduais: Reserva Biológica Estadual Vale das Nascentes, Monumento Natural Rio do Rastro, Refúgio de Vida Silvestre Estadual Raulinoa, UC do Bracinho;
- Criação de RPPNEs;
- Apoio à criação de Unidades de Conservação Municipais;
- Participação em nove Planos de Ação Nacionais para a conservação de espécies da fauna ameaçadas de extinção.
Essas iniciativas são fundamentais não apenas para proteger a Mata Atlântica, mas também recuperar, buscando devolver ao bioma o que nunca deveria ter sido retirado ou devastado. De acordo com levantamento do Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina (IFFSC), as florestas catarinenses estão empobrecidas devido às constantes intervenções humanas, como a exploração de madeira, roçadas e, principalmente no planalto e no oeste catarinense, o pastoreio de bovinos dentro da floresta.
Fatores como a ocupação urbana e a disseminação de espécies exóticas invasoras também contribuíram para o comprometimento do bioma. Mas, apesar deste empobrecimento estrutural, a cobertura vegetal nativa está em fase de recuperação e precisa ser protegida para conseguir retornar ao seu status original.
Para isso, outra ação realizada é a criação dos Planos Municipais de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica. Por meio do Convênio de Gestão Florestal, o Instituto do Meio Ambiente delegou aos municípios atividades de competência do Estado, como corte e supressão de vegetação. Na contrapartida, os municípios têm a obrigatoriedade de desenvolver, até 28 de agosto de 2019, o Plano Municipal da Mata Atlântica. Caso não cumpram dentro do prazo estipulado, perdem a delegação concedida no acordo.
O Plano Municipal de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica é um instrumento de integração e de inclusão da questão ambiental ao sistema de planejamento das administrações municipais. O documento deve embasar as ações públicas e privadas direcionadas à conservação da Mata Atlântica existente em cada localidade e à recuperação das áreas que foram degradadas.
Além destas ações, a conscientização por parte da população sobre a preservação dos recursos naturais é fundamental. Como todo cidadão é um fiscal, qualquer ação de desmatamento ou de corte de vegetação deve ser denunciada. Este 27 de maio, Dia da Mata Atlântica, deve se estender por todos os dias do ano e permear as ações buscando sempre o respeito e o cuidado ao meio ambiente, especialmente ao bioma mais importante para Santa Catarina, a Mata Atlântica.