Fortes, bem alimentados e loucos para voltar ao mar. Assim estavam os onze pinguins devolvidos à natureza nesta quarta-feira, 24, na Praia do Moçambique, em Florianópolis. Os animais estavam no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), no Parque do Rio Vermelho, há cerca de 45 dias. O trabalho de reabilitação é feito pela Fundação do Meio Ambiente (Fatma), ONG R3 Animal e Polícia Militar Ambiental.
Os pinguins-de-magalhães são originários da Argentina e do Chile e com a chegada do inverno no Hemisfério Sul deslocam-se por águas brasileiras em busca de alimentos. Os que chegam às praias catarinenses geralmente estão debilitados pela viagem ou doentes. Após serem recolhidos, são tratados e quando adquirem cerca de 3,5 kg, são libertados em grupo. “Pela primeira vez no País, os pinguins estão recebendo microchip, em vez da anilha, aquela argola amarela que era colocada na asa. Isso dá mais conforto ao animal e também guarda os dados de quando foi atendido aqui no Rio Vermelho”, conta a veterinária e gestora da R3 Animal, Cristiane Kolesnikovas.
Em média, por ano, o Cetas recebe cerca de 50 pinguins. “Esse trabalho é o cumprimento da missão da Fatma e uma parceria entre os órgãos e a comunidade nos cuidados dos nossos bichos e dos que vem de longe”, explica o diretor de Proteção de Ecosssistemas da Fatma, Rogério Rodrigues.
Preservação e educação
O Centro de Triagem do Parque do Rio Vermelho recebe cerca de 2,5 mil animais silvestres por ano vítimas de tráfico ou maus-tratos. Além de abrigar e tratar os animais, o local disponibiliza uma trilha ecológica usada para educação ambiental. “Os visitantes aprendem que o animal silvestre não é brinquedo e que é nocivo retirá-lo do habitat natural. Todo o trabalho executado no local é um exemplo de responsabilidade com o meio ambiente e uma forma de ensinar respeito a todas as espécies”, afirma o presidente da Fatma, Alexandre Waltrick. Como o objetivo do tratamento dos pinguins é devolvê-los à natureza, os animais não estão à disposição do público.