O Instituto do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina (IMA), em parceria com a Polícia Militar Ambiental, realizou nesta quinta-feira, 25 de julho, em Laguna, encontro para desenvolvimento do Plano de Ação para Conservação dos Botos da espécie Tursiops truncatus gephyreus, mais conhecidos por botos-pescadores.
O “apelido” mais do que carinhoso deve-se à parceria dos animais com os pescadores da região. A população de botos residente no complexo lagunar Santo Antônio dos Anjos-Imaruí-Mirim, estimada entre 52 a 60 indivíduos, protagoniza um tipo de relação ecológica rara ao cooperar na pesca da tainha. Ao identificar os cardumes, os botos mandam sinais aos pescadores por meio do mergulho ou batendo a cabeça, indicando a presença dos peixes. E então é só jogar a tarrafa.
Para proteger a espécie e esta linda parceria, o IMA com apoio da Polícia Militar Ambiental e participação de várias outras entidades elaborou o Plano de Ação que tem por finalidade evitar as mortes dos animais e envolver a comunidade para a conservação da espécie, além de promover estudos e pesquisas.
Durante a reunião foi elaborada a matriz de ações, planejamento estratégico para a conservação dos botos, que inclui:
- o fortalecimento da fiscalização e integração dos órgãos;
- envolvimento da comunidade local na conservação dos botos-pescadores por meio de atividades educativas em escolas no município e na inclusão da temática nas atividades de educação ambiental do IMA;
- monitoramento e avaliação da causa morte dos botos;
- avaliação da prevalência de doenças de pele na população;
- garantia da manutenção do monitoramento da população em longo prazo, entre outras.
Após a reunião inicia-se a etapa de revisão da matriz de planejamento. Depois de consolidada, o IMA irá encaminhar ao Ministério Público Federal, e fará a publicação do plano por meio de portaria. Na sequência, ocorre a etapa de execução das ações planejadas.
Entre as instituições parceiras estão Udesc, Polícia Militar Ambiental, Ibama, APA da Baleia Franca, Fundação Lagunense de Meio Ambiente, Ministério Público Federal, Universidade Federal de Santa Catarina, Instituto Australis, Instituto Boto Flipper, Colônia de Pescadores e Acapra.
O boto foi declarado Patrimônio Natural do Município em 1997, por meio da Lei nº 521/1997.
Foto boto: Carolina Feltes Alves