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Um grupo de pesquisadores brasileiros se encontra, atualmente, em solo Antártico para a realização de uma série de atividades de campo que devem embasar diferentes estudos promovidos por instituições de pesquisa brasileiras. Entre eles está o geólogo do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), Ronaldo Paulo Kraft.

Conforme ele, entre as atividades que está desenvolvendo na Antártica estão trabalhos de Geologia, como mapeamento geológico e identificação de perfis de empilhamento da deposição das rochas, e a coleta de fósseis. “O material será destinado, principalmente, ao Museu Nacional do Rio de Janeiro, mas também a instituições parceiras, e servirá para o desenvolvimento de importantes pesquisas na área de Paleontologia e Paleoambiente que aprimoram o conhecimento científico sobre a Antártica”, explica Ronaldo.

 

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A liberação do servidor, que atua na Coordenadoria Regional do Meio Ambiente (Codam) de Mafra, faz parte das ações do IMA para incentivo do aprimoramento da equipe técnica e, também, das pesquisas científicas na área ambiental.

“Essas ações são importantes para que o órgão ambiental catarinense se mantenha conectado com o que há de mais atual em termos de conhecimento científico na sua área de atuação ou correlatas a ela.”, reforça a presidente do IMA, Sheila Meirelles.

O projeto

As atividades que Ronaldo desenvolve na Antártica estão vinculadas ao Programa Antártico Brasileiro (ProAntar) por meio do projeto de pesquisa Paleobiologia e Paleogeografia do Gondwana Sul: Inter-relações entre Antártica e América do Sul (PaleoAntar). O projeto é coordenado pelo Museu Nacional do Rio de Janeiro e financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Já o ProAntar é um programa coordenado pela Marinha do Brasil e que, entre outras atividades, mantém a Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) e garante a logística e a infraestrutura para acampamentos científicos que abrangem diferentes pesquisas e parcerias. Na expedição atual, seis pesquisadores, entre os quais Ronaldo, e um montanhista estão acampados na Ilha Snow Hill, localizada no Mar de Weddell, a cerca de 300 quilômetros da estação brasileira.

Para o geólogo do IMA, essa é uma oportunidade única de realizar o intercâmbio de conhecimentos com pesquisadores e ter contato com diferentes estudos voltados ao meio ambiente e às condições climáticas. “Além de conhecer a importância do Programa Antártico Brasileiro, sua abrangência científica e geopolítica, e as estruturas da permanência do Brasil na Antártica”, complementa Ronaldo.

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Cotidiano de pesquisa

O grupo chegou à Ilha Snow Hill no dia 12 de janeiro e a previsão é que sejam retirados entre os dias 5 e 12 de fevereiro. A data exata depende das condições de navegabilidade e de voo na região. Isso porque o transporte é feito com o apoio de helicóptero e de navio da Marinha do Brasil. O retorno ao país deve ocorrer por volta de 21 de fevereiro.

Conforme Ronaldo, as atividades no acampamento são determinadas pelas condições do tempo. Ele conta que no verão não escurece totalmente, mesmo assim as temperaturas não ultrapassam 2 graus Celsius (ºC) e, com o vento, a sensação térmica chega a -16 ºC.

Sobre a rotina, ele diz que os pesquisadores dormem em barracas individuais e, em geral, reúnem-se diariamente numa barraca de convivência para aguardar o tempo estabilizar e, assim, sair à campo. “Quando há mudança no tempo, o que ocorre de forma rápida, voltamos para o acampamento onde organizamos o material coletado”, afirma.