A Reserva Biológica Estadual do Aguaí administrada pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA), conta com o apoio de diversas organizações, entre elas, o Instituto Felinos do Aguaí, que acumula 17 anos de atuação na reserva, engajando-se em pesquisas científicas, educação ambiental e interação com as comunidades locais.
No ano de 2020, o Instituto lançou o Programa de Saúde Ecológica, com o objetivo de promover a proteção da biodiversidade, prevenir doenças, fomentar a saúde e preservar a harmonia entre os seres vivos e seu entorno. As iniciativas abrangem a saúde humana, animal, vegetal e do ecossistema, visando compreender as complexas interações entre patógenos, doenças, espécies e ecossistemas.
Dentre as iniciativas do programa, destaca-se a campanha "Animais domésticos, silvestres e seres humanos: Vamos melhorar esse relacionamento?". Por meio dessa iniciativa, são proporcionados serviços de castração gratuita para cães e gatos nas comunidades vizinhas da Reserva, acompanhados por material educativo. A campanha contribui não somente para o Programa Estadual de Espécies Exóticas Invasoras (IMA), mas também para o Plano Nacional de Conservação de Pequenos Felinos Ameaçados de Extinção, evitando o aumento descontrolado das populações de animais domésticos nas proximidades de áreas protegidas.
Outra ação de relevância é a vacinação de animais domésticos, como cães e gatos, visando a proteção contra diversas doenças. Essa medida é crucial, uma vez que a presença desses animais em regiões protegidas pode gerar riscos tanto para a fauna silvestre quanto para a saúde humana.
Além disso, o programa monitora a população de macacos nas proximidades da reserva, uma vez que esses animais são hospedeiros do vírus da febre amarela. O monitoramento ajuda a identificar a circulação do vírus, possibilitando a implementação de medidas de controle para proteger tanto os macacos quanto os seres humanos.
Nos últimos três anos, foram realizadas visitas a 730 residências nos municípios de Treviso, Siderópolis e Nova Veneza, totalizando 348 castrações. Isso tem contribuído para a redução da superpopulação de animais domésticos, prevenindo problemas como abandono e predação da fauna nativa.
A vacinação também desempenhou papel importante, imunizando 169 animais contra diversas doenças. Além disso, o monitoramento de macacos indicou que, embora não tenham sido encontrados macacos mortos na unidade de conservação, foram avistados indivíduos em locais diferentes próximos à região, exibindo sintomas de doença, o que levou à ação da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE).
“Manter um monitoramento contínuo e colaborar com as autoridades de controle são aspectos cruciais para garantir a eficácia e sustentabilidade desse programa. Ações como essas contribuem para a conservação dos ecossistemas e a manutenção do equilíbrio ecológico”, reforça o Gerente de Áreas Naturais Protegidas do IMA, Filipe Lemser.