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Foto Espaço Silvestre

Espécie: Bothrops jararacussu

Foto: Instituto Espaço Silvestre

 

A crescente oferta de cursos para criação de serpentes em cativeiro com o objetivo de comercialização de veneno tem preocupado os órgãos ambientais e instituições que atuam na conservação desses animais. Recentemente a Sociedade Brasileira de Herpetologia (SBH), entidade que congrega pesquisadores e outros profissionais que atuam na pesquisa, no manejo e na conservação de anfíbios e répteis do Brasil, veio a público se manifestar contra o fato da atividade ser vendida por esses cursos como extremamente lucrativa garantindo a obtenção de licenças e lucro em curto prazo.

A publicação da carta aberta contou com o importante apoio do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Répteis e Anfíbios do ICMBio, responsável por coordenar a elaboração dos planos de ação voltados para conservação da fauna brasileira.

Em Santa Catarina, os técnicos do Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) relatam que a demanda de processos para abertura de serpentários tem crescido por conta dessa oferta fantasiosa que os cursos promovem.

Cabe destacar que todo empreendimento de fauna silvestre em cativeiro (nativa ou exótica) deve ser autorizado pelo IMA e para isso o interessado deve protocolar toda a documentação e projeto para análise técnica. Neste caso, por serem espécies peçonhentas são exigidas também as medidas de segurança conforme as solicitadas para zoológicos.

Todo o projeto e acompanhamento do empreendimento deverá ser feito por profissional devidamente habilitado e qualificado no manejo de serpentes. Além disso, é solicitada uma declaração de laboratório que sinalize interesse na aquisição do veneno.

“Todas essas medidas visam resguardar a segurança da população, dos responsáveis pelo manejo, bem como, a segurança dos animais e a conservação da fauna silvestre”, reforça a presidente do IMA, Sheila Meirelles ao lembrar que os projetos até hoje apresentados não seguiam esses critérios e muitos acabaram desistindo de dar continuidade aos processos de solicitação.

Relevante frisar que para iniciar uma criação como esta, será necessário ainda, a aquisição de indivíduos de empreendimentos devidamente autorizados pelos órgão ambientais competentes e que a destinação por doação por parte dos órgãos de resgate e apreensão é irrisória, uma vez que, na grande maioria dos casos, os animais têm plenas condições de retorno a natureza.

Por fim, a carta aberta da SBH pode ser conferida na íntegra neste link