Mais um grupo de pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) foi solto na manhã desta quarta-feira, 27 , na Praia do Moçambique, em Florianópolis. No total, 13 aves retornaram ao habitat natural após passarem pelo processo de reabilitação realizado no Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CePRAM/R3 Animal), localizado no Parque Estadual do Rio Vermelho, Unidade de Conservação administrada pelo Instituto do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina (IMA).
As ações de resgate e reabilitação foram feitas por meio do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), desenvolvido para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos.
Deste grupo, quatro aves foram resgatadas nas praias da Ilha de Santa Catarina pela R3 Animal e cinco foram resgatadas em praias atendidas pela equipe do PMP-BS junto à Univali/Penha. Os nove pinguins foram reabilitados no Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CePRAM/R3 Animal). Já as outras quatro aves foram resgatadas em praias do Paraná e reabilitadas pela equipe do PMP-BS junto à Universidade Federal do Paraná (UFPR).
“Os animais do Paraná foram encaminhados para o CePRAM pois os pinguins são animais gregários, que vivem em bandos, e buscamos formar grupos de no mínimo 10 indivíduos”, explica a presidente da R3 Animal e coordenadora do PMP/BS/Florianópolis Cristiane Kolesnikovas.
Em setembro, houve a soltura do primeiro grupo de pinguins da temporada, quando também 13 aves foram liberadas.
Migração anual
Todos os anos, esses animais começam a chegar ao nosso litoral em meados do outono. Eles saem principalmente de colônias reprodutivas na Patagônia/Agentina, na Península de Valdés, e seguem os cardumes, aproveitando as correntes de água fria.
A temporada vai até setembro/outubro, quando iniciam o retorno para suas colônias. A maioria dos pinguins nadam em grupos mar adentro. Os animais que encalham nas praias, em sua grande maioria, são animais juvenis, estão em seu primeiro ano de vida e na primeira jornada de migração.
Sem experiência, alguns animais têm dificuldade em se alimentar, se perdem dos bandos e ficam debilitados, encalhando nas praias. Muitos interagem com petrechos de pesca. Mesmo não sendo fauna alvo da pesca são capturados incidentalmente, sem a intenção. É a chamada captura bycatch.
Caso aviste um mamífero, ave ou tartaruga marinha debilitada ou morta na praia, ligue 0800 642 3341, das 7h às 17h. Sua ajuda é fundamental para salvar vidas!
➡️O CePRAM/R3 Animal fica localizado no Parque Estadual do Rio Vermelho, unidade de conservação sob responsabilidade do Instituto do Meio Ambiente (IMA-SC), em parceria com a Polícia Militar Ambiental.
➡️O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos.
➡️O objetivo do PMP-BS é avaliar possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos encontrados mortos.
➡️O PMP-BS é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. Em Florianópolis, o Trecho 3, o projeto é executado pela R3 Animal.
Informações e imagens: Nilson Coelho/R3 Animal