A presença de animais domésticos em unidades de conservação, principalmente, de cães e gatos, pode gerar danos ambientais e afetar a convivência entre humanos, animais domésticos e silvestres. Dentre os problemas causados por essa proximidade estão a predação de animais silvestres pelos cães e gatos, a competição territorial (o território dos animais nativos diminui com o avanço dos domésticos) e a transmissão mútua de parasitas, doenças e zoonoses, o que pode afetar até mesmo os donos dos animais que tiveram contato com a fauna silvestre.
Pensando nesta realidade, o Instituto do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina (IMA) elaborou a cartilha “Vida de Cão: Animais Domésticos em Unidades de Conservação” para alertar sobre os cuidados em relação aos animais domésticos em áreas naturais. A cartilha faz parte da série Nosso Ambiente e foi produzida no âmbito do Programa Estadual de Espécies Exóticas Invasoras do IMA. O material pode ser conferido na íntegra neste link e também neste link
O IMA faz a gestão de unidades de conservação que abrigam espécies ameaçadas de extinção e endêmicas, que possuem distribuição limitada. Assim, a presença de animais domésticos nesses locais, põe em risco o objetivo de conservação dessas espécies. Os gatos são ávidos caçadores, principalmente, de aves e pequenos mamíferos, já os cães tendem a formar grupos de caça e podem abater animais maiores.
Assim, a cartilha é um importante instrumento de informação, e também para reforçar que o ato de possuir cães e gatos deve ser alicerçado na responsabilidade de mantê-los saudáveis, com as vacinas em dia, castrados para evitar crias indesejadas, não deixá-los soltos em ambientes naturais, e principalmente, nunca maltratá-los nem abandoná-los.
Vale lembrar que o abandono de animais domésticos pode ser enquadrado como crime de maus-tratos pela Lei de Crimes Ambientais (Lei Federal 9605/1998).