Padre, historiador, biólogo e um dos responsáveis pela criação da maior Unidade de Conservação de Santa Catarina de proteção integral. Esté é Raulino Reitz que nesta quinta-feira, 19 de setembro, completaria cem anos de vida. Apesar de sua partida em 19 de novembro de 1990, o catarinense permanece vivo pelo legado singular que construiu e deixou ao longo de seus 71 anos de existência.
O padre dedicou grande parte de sua vida ao levantamento da flora catarinense. Descobriu para a ciência universal cinco gêneros e 327 espécies novas. Coletou 30.073 plantas e emprestou seu nome a três gêneros novos e 59 espécies de plantas.
Em 22 de junho de 1942 fundou o Herbário "Barbosa Rodrigues" que hoje conta com uma coleção de aproximadamente 70.000 exsicatas.
Seus trabalhos de pesquisa atingiram as áreas de Botânica, Zoologia, Genealogia e História. Sobre estes assuntos publicou 45 livros e 114 artigos científicos. Foi editor da Revista Sellowia, iniciada em 1949, periódico de botânica sul-brasileiro. Idealizou e editorou a Flora Ilustrada Catarinense com 150 famílias impressas em 172 fascículos num total 12.500 páginas.
Idealizou, sugeriu e promoveu a regulamentação para que a orquídea (Laelia purpurata) e a imbuia (Ocotea Porosa) fossem, respectivamente, a flor e a árvore símbolos do Estado de Santa Catarina.
Criou e implantou, no dia 08 de abril de 1961, o Parque Botânico do Morro Baú, em Ilhota/SC, com 750 hectares. Neste mesmo sentido, por meio de exposição e anteprojetos, participou diretamente da criação das unidades de conservação catarinenses: Parque Estadual da Serra do Tabuleiro (1975); Parque Estadual da Serra Furada (1980); das Reservas Biológicas do Sassafrás (1977); do Aguaí e da Canela Preta (1980); das Estações Ecológicas dos Carijós, na Ilha de Santa Catarina; dos Timbés, nos municípios de Timbé do Sul e Meleiro; da Babitonga, nos municípios de Garuva, Joinville, Araquari e São Francisco do Sul.
Desempenhou os cargos de diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (1971-1975), e diretor da Fundação do Meio Ambiente – FATMA, de 1976 a 1983.
Entre vários prêmios recebidos pelos relevantes trabalhos realizados em favor do meio ambiente foi também agraciado com o Prêmio Global 500, concedido pelo PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), na Cidade do México, em 05 de junho de 1990, dia Mundial do Meio Ambiente.
Pela sua passagem pela antiga Fatma e pela sua fundamental atuação como botânico, o IMA entrega todos os anos o Prêmio Raulino Reitz que reconhece personalidades que, assim como o padre e botânico, também são importantes para a evolução da preservação do meio ambiente em Santa Catarina.
Foto do site: https://pebesen.wordpress.com/padres-da-igreja-catolica-em-santa-catarina/padre-raulino-reitz/