Apesar do sabor do mel produzido pelas abelhas africanizadas, a presença desta espécie em Santa Catarina não é nada doce para as abelhas nativas. Originárias da África, Ásia e Europa, as abelhas africanizadas (Apis mellifera), trazidas para o Brasil para a produção de mel, são exóticas invasoras, ou seja, causam prejuízos à biodiversidade local.
Às abelhas nativas, as africanizadas impactam ao competir e “roubar” pólen/néctar, mas nem sempre polinizam. Causam malefícios também a outros animais como, por exemplo, ao fazer colmeias em ninhos de aves. E nos humanos, se a pessoa for alérgica, as picadas em grande número podem levar à morte por choque anafilático.
Para evitar as abelhas africanizadas a melhor alternativa é valorizar e optar na hora da compra pelo mel das abelhas nativas (meliponicultura).
Espécies Exóticas Invasoras
Algumas espécies de flora e fauna são prejudiciais ao meio ambiente. Isso acontece quando são deslocadas por humanos para lugares nos quais elas não chegariam naturalmente e passam a se reproduzir sem controle, afetando de forma negativa a biodiversidade, seus serviços ecossistêmicos ambientais, a economia e até a saúde humana. Estas espécies são chamadas de espécies exóticas invasoras.
As espécies exóticas invasoras causam diversos efeitos como perda de biodiversidade e homogeneização das espécies. Com o avanço das espécies exóticas invasoras, a grande variedade de organismos tem desaparecido sendo substituído por poucas espécies. Um dos exemplos mais cotidianos está nas grandes cidades. Onde antes havia impressionante biodiversidade, atualmente existem, principalmente, espécies como pombos, ratos, baratas, entre outros.
Alguns exemplos mais conhecidos de espécies exóticas invasoras são o pinus, o javali e o sagui. Para esclarecer melhor a população sobre este tipo de espécie, o IMA divulga semanalmente alguma exótica invasora pelo site e também nas redes sociais.
Outros exemplos de espécies exóticas invasoras
Javali
O javali (Sus Scrofa), é um dos exemplos mais conhecidos, o “porco selvagem” como é chamado por parte da população, é considerado pela União Internacional de Conservação da Natureza, uma das 100 piores espécies exóticas invasoras do mundo. Nativo da África, Ásia e Europa, chegou ao Brasil na década de 90, trazido para fins comerciais, em especial, para o consumo de carne na região sul do país, segue bastante disputado por criadores clandestinos e um dos alvos preferidos de caçadores.
Características do javali, como sua agressividade e facilidade de adaptação, aliado à reprodução descontrolada e à ausência de predadores naturais, transformam os animais nos principais responsáveis pela destruição de milharais e vegetação, além da expulsão de espécies nativas do território inserido. Como ocorre na região oeste de Santa Catarina onde agricultores tiveram a produção comprometida devido à presença do porco.
Além disso, o javali é um transmissor de doenças que atingem tanto outros animais como pessoas, resultando em uma ameaça à saúde pública.
As recomendações para quem identificar a espécie são: denunciar criadores ou caçadores que introduzem o animal em novos lugares, informar órgãos de novas ocorrências e não fornecer alimentos.
Chorão-da-praia (Carpobrotus edulis)
Outro exemplo de espécie exótica invasora é o chorão-da-praia (Carpobrotus edulis), originária da África. Apesar da beleza e por ser introduzida no Brasil como planta ornamental, esta espécie resulta em degradação à biodiversidade ao impedir o desenvolvimento da vegetação local, principalmente restinga e por causar o sufocamento de outras plantas.
A orientação para aqueles que encontrarem ou que cultivem é que façam a retirada da planta - por completa e atentando-se às partes enterradas, eliminando em lixo apropriado. A iniciativa de retirada e a escolha de não introduzir plantas como estas na natureza garantem a preservação de espécies nativas de Santa Catarina.
Sagui (Callithrix spp.)
Carismático, engraçadinho e esperto, além de suas características físicas, transformaram o sagui (Callithrix spp.) em uma das espécies exóticas invasoras mais conhecidas da população. Nativo da região Norte, Nordeste e Sudeste do Brasil, o pequeno primata foi introduzido em locais distintos de seu habitat natural por consequência do tráfico de animais silvestres, solturas e ainda para fins comerciais, levando em conta que muitos são criados como animais domésticos.
Os saguis roubam a cena quando aparecem, as pessoas que encontram os primatas, cultivam hábitos que não são recomendados, um deles é a prática de alimentá-los, podendo gerar problemas ainda maiores, tanto para o animal quanto aos humanos. Embora tenham a simpatia da população, são animais que exigem cuidado redobrado, pois são transmissores de doenças contagiosas, além de apresentarem um comportamento agressivo em alguns casos. No local inserido, esse animal assume uma postura territorialista, expulsando espécies nativas e denominando o ambiente, além de ser um predador de répteis, aves e seus ovos.
A recomendação é evitar dar alimentos aos saguis, não deixar alimentos expostos e proteger lixeiras.
Por que é necessário realizar o controle de espécies exóticas invasoras?
As espécies exóticas invasoras, sejam da fauna ou da flora, tiveram sua origem em outro ambiente que não aquele onde ela invade, então acabam se desenvolvendo sem as restrições ambientais que teriam em seu ambiente de origem, como organismos competidores, predadores, doenças, sem limitações de fertilidade do solo ou de clima, dentre outros fatores. Geralmente são espécies que possuem grande capacidade de crescimento, reprodução e adaptação. Assim, quando se tornam invasoras acabam competindo por recursos com as espécies nativas, ocupando espaços que seriam ocupados pelas espécies nativas, modificando a paisagem e as condições ambientais. Essas espécies podem causar problemas de saúde pública, sociais e econômicos, por isso a necessidade de se controlar essas espécies é logo percebida pela sociedade.