O Instituto do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina (IMA) participa a partir desta terça-feira, 07 de maio, do VI Simpósio Internacional sobre Gerenciamento de Resíduos Agropecuários e Agroindustriais – VI Sigera que ocorre em Florianópolis. Esta edição do evento tem como tema Biotecnologia Aplicada ao Tratamento e Reúso dos Resíduos. O Instituto será um dos cases apresentados durante o encontro.
A gerente de licenciamento ambiental rural, Gabriela Brasil dos Anjos, terá a oportunidade de apresentar o sistema de gestão ambiental da suinocultura, considerado pioneiro e modelo para o Brasil. Considerando o plantel de cerca de sete milhões de cabeças de suínos e a geração de cerca de 13 milhões de m³ de dejetos/ano e consumo de água em torno de 23 milhões de m³/ano, o sistema de controles ambientais deve ser eficaz a ponto de tornar a atividade sustentável do ponto de vista ambiental.
Neste sentido, o IMA em parceria com a EMBRAPA – Aves e Suínos e o setor produtivo, representado pelo SINDICARNE, elaboraram a Instrução Normativa IMA nº 11 que estabelece as regras para o licenciamento ambiental da suinocultura. Esta instrução normativa é considerada modelo para o país porque envolve todos os critérios técnicos necessários para determinar a capacidade de alojamento de animais em uma granja de suínos a partir do consumo de água, produção de dejetos e excreção de nutrientes pelos animais, demanda de nutrientes nas áreas agrícolas, eficiência de remoção e/ou segregação de nutrientes nos sistemas de armazenamento e/ou tratamento de efluentes.
O modelo também estabelece um plano de monitoramento da qualidade do solo nas áreas agrícolas licenciadas para aplicação do biofertilizante orgânico. Com o objetivo de monitorar a concentração de fósforo nos solos sujeitos à fertirrigação com o biofertilizante proveniente dos dejetos suínos, a EMBRAPA desenvolveu um software que fará o mapeamento do solo catarinense a partir dos resultados de monitoramento apresentados no licenciamento ambiental, caracterizando as áreas com teores altos e as áreas que estão deficientes do nutriente fósforo. Esses resultados darão apoio à gestão de boas práticas agrícolas aliadas à gestão ambiental sustentável da suinocultura, estabelecendo padrões e novas tecnologias para possibilitar a manutenção e aumento do plantel de animais, já que a atividade representa um dos pilares mais importantes da economia catarinense.
Neste mesmo evento também será apresentada a LAC da avicultura, importante passo dado pelo órgão ambiental para o licenciamento por adesão a critérios pré-definidos e sujeitos à auditoria ambiental, tornando mais célere o licenciamento ambiental de outra atividade importantíssima para a cadeia produtiva de carnes em SC.