O Instituto do Meio Ambiente (IMA), por meio de uma Comissão específica, aprovou o Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, a maior unidade de conservação de Santa Catarina. O Plano de Manejo é um documento técnico que estabelece o zoneamento e as regras de uso da área e manejo dos recursos naturais e define o planejamento da UC para os próximos anos.
A elaboração do Plano de Manejo é determinada pela Lei nº 9.985/2000 que estabelece o Sistema Nacional de Unidades de Conservação. O desenvolvimento do Plano da Serra do Tabuleiro levou quase dois anos, de janeiro de 2017 a dezembro de 2018. Neste período, além do todos os estudos, foram realizadas oito reuniões nas comunidades do entorno, uma reunião técnica e uma reunião de apresentação do zoneamento, em Santo Amaro da Imperatriz.
O Plano de Manejo do Tabuleiro define as regras de conduta em cada zona da Unidade de Conservação e estabelece as atividades que poderão ser realizadas no local. O documento fixa, por exemplo, as normas de visitação, onde é permitida a circulação de veículos, e quais ações são proibidas como portar armas, som alto, buzinas, pichações, gravações e quaisquer atividades que coloquem em risco a integridade da Unidade de Conservação.
O Plano determina ainda que os funcionários do Parque deverão ser treinados em primeiros socorros para enfrentar, prevenir ou contribuir em situações de risco e que a fiscalização da Unidade deve ser permanente e sistemática, realizada em parceria com a 4ª Companhia da Polícia Militar Ambiental e Prefeituras Municipais.
O Parque
Abrangendo cerca de 1% do território catarinense, o Parque Estadual da Serra do Tabuleiro é a maior unidade de conservação do Estado. As maiores porções da UC estão nos municípios de Paulo Lopes (29,29%), Santo Amaro da Imperatriz (23,82%), e Palhoça (17,52%). Ao todo, o Parque abrange áreas em oito municípios.
O Parque Estadual está localizado em uma região estratégica, única e muito especial de remanescente da Mata Atlântica, possui uma ampla diversidade de habitats, e abrange quase todas as grandes formações vegetais do bioma encontradas no Estado de Santa Catarina.
De um modo geral, a unidade representa uma importante área para manutenção da fauna e flora, com a presença de diversas espécies ameaçadas de extinção. Além da preservação, permite a visitação pública, educação ambiental, lazer de forma conscientizada e ordenada e a realização de pesquisa científica.
Em relação à hidrografia, há a presença de 171 nascentes no interior do parque. Entretanto em mapeamento realizado pela SDS em 2012, em outra escala, foram identificadas mais de duas mil nascentes. De qualquer forma, o grande número de rios e riachos presentes no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro reforça a importância estratégica desta unidade de conservação quanto à disponibilidade de recursos hídricos locais e regionais.
A cobertura vegetal do parque inclui diversos tipos de vegetação como: Florestas Ombrófilas (floresta tropical pluvial) Densa e Mista, brejos, mangues e restinga, além de áreas de refúgios vegetacionais e de reflorestamento.
Considerando sua classificação como Parque Estadual, a unidade de conservação está enquadrada como Proteção Integral, admitindo o uso indireto dos seus atributos naturais, ou seja, aquele que não envolve coleta e uso, comercial ou não, dos recursos.
Uma das atividades permitidas é a educação ambiental, pois não afeta negativamente a UC e contribui com a integração da sociedade com o parque. Esta já ocorre no Centro de Visitantes devido a iniciativas do Instituto Çarakura, OSCIP cogestora do Centro de Visitantes, em conjunto com a IMA, proporcionando oficinas educativas, palestras e pesquisa científica.
Além disso, os visitantes da sede podem fazer a Trilha da Restinga do Maciambu, onde se deparam com várias características da biodiversidade local. A atração de visitantes é um dos pontos mais fortes do PE da Serra do Tabuleiro, sendo o turismo a atividade com o maior potencial para a integração social da comunidade, contribuindo para o desenvolvimento da região. O Uso Público é permitido, sempre respeitando o zoneamento do Parque. São várias as possibilidades de lazer no interior do Parque, com cachoeiras, trilhas e cenários incríveis.