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Mais um grupo de pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) foi solto na manhã desta quinta-feira, (16), na Praia do Moçambique, em Florianópolis. No total, 13 animais retornaram ao habitat natural após passarem pelo processo de reabilitação realizado no Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CePRAM/R3 Animal), localizado no Parque Estadual do Rio Vermelho, Unidade de Conservação administrada pelo Instituto do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina (IMA).

Deste grupo, seis pinguins foram resgatados nas praias da Ilha de Santa Catarina em parceria com a Polícia Militar Ambiental e o restante foi resgatado em outras regiões abrangidas pelo Projeto de Monitoramento de Praias Bacia de Santos (PMP-BS).


Este ano, de janeiro a agosto, foram encontrados 3.393 pinguins no litoral brasileiro. Santa Catarina é o estado com maior incidência, com 2.421 pinguins encontrados; seguida de São Paulo, com 559 animais. Em Florianópolis, de acordo com os dados do PMP-BS, até o dia 10 de setembro, 1.325 pinguins foram registrados e apenas 164 estavam vivos no momento do resgate. Agosto foi o mês com a maioria das ocorrências, 1.023 pinguins. Em 2020, a Ilha teve um total de 800 pinguins registrados, em 2019, foram 747 encontrados pelos monitores e, em 2018, foram resgatados 1.814 pinguins, sendo 113 vivos.


Os animais muitas vezes são resgatados debilitados, machucados e exaustos, o que demanda um tratamento mais longo. No início do tratamento são hidratados, recebem papa de peixe até que voltem a se alimentar com peixe inteiro, treinem o nado e impermeabilizem as penas. A veterinária Cristiane Kolesnikovas, coordenadora do PMP-BS/Florianópolis e presidenta da R3 Animal, explica que a maior parte dos pinguins que encalham são juvenis, no primeiro ciclo migratório, e chegam bastante debilitados. “Os animais chegam muito magros, desidratados, hipotérmicos e parasitados. Por isso a reabilitação é tão difícil e demorada”.

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As equipes dos Projetos de Monitoramentos de Praias atuam diariamente no monitoramento das praias com foco no resgate de animais marinhos vivos debilitados e registro e análise de carcaças de animais mortos. A sociedade também pode participar, acionando as equipes ao avistar um animal marinho vivo ou morto, pelo telefone: PMP Área SC/PR e Área SP – 0800 642-3341, das 7h às 17.


Migração anual

Comuns nas Ilhas Malvinas, Argentina e Chile, estes animais realizam anualmente movimentos migratórios sazonais para o Brasil entre os meses de junho e novembro. Os pesquisadores do PMP-BS observam este comportamento migratório para tentar entender a variação entre um ano e outro.



Sobre o PMP-BS

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Estruturados e executados pela Petrobras para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal conduzido pelo IBAMA, o Projeto de Monitoramento de Praias Bacia de Santos (PMP-BS) é o maior programa de monitoramento de praias do mundo. Atualmente, a Petrobras mantém quatro PMPs, que, juntos, atuam em 10 estados litorâneos, abrangendo mais de três mil quilômetros de praias em regiões onde a companhia atua. O PMP da Bacia de Santos é o mais recente da companhia, foi criado em 2015 e está presente no Sul e no Sudeste, desde Laguna/SC até Saquarema/RJ. Em Florianópolis o trabalho é realizado em conjunto com a R3 Animal.

O monitoramento é fiscalizado pelo IBAMA e compreende o registro, resgate, necrópsia, reabilitação e soltura de mamíferos, tartarugas e aves marinhas, contribuindo para a gestão de políticas públicas para a conservação da biodiversidade marinha.

Informações e imagens: Nilson Coelho/R3 Animal.