Esta quarta-feira, 30 de junho, foi dia de mais um animal voltar à natureza: um albatroz-de-nariz-amarelo (Thalassarche chlororhynchos). A soltura ocorreu na Praia da Barra da Lagoa, em Florianópolis.

O albatroz foi resgatado em área urbana de Itajaí pela equipe do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) junto à Univali/Penha, no dia 13 de junho.

A ave oceânica foi estabilizada e transferida para o Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CePRAM/R3 Animal), em 17 de junho, para o processo de reabilitação.

Segundo a médica veterinária Janaina Rocha Lorenço, o albatroz estava com lesões nas patas (podedermatite) e com as penas da cauda quebradiças. “A ave estava com pododermatite moderada a severa e pouco ativa, sensível a estímulos externos e estresse. Ela também foi tratada para curar anemia”, explica Janaina.

“Durante a estabilização a ave passou por condicionamento físico, banhos diários para melhora da impermeabilização e aspecto de penas e fisioterapia”, completa a veterinária.

Ave oceânica

O albatroz-de-nariz-amarelo é uma das espécies de albatrozes que ocorrem na costa brasileira. É uma ave procelariforme da família Procellariidae.

Essa espécie de albatroz mede entre 71 centímetros a 81 centímetros de comprimento e possui envergadura de asa entre 1,78 a 2,05 metros. Tem os olhos castanhos e o bico preto, com a aresta amarela e a ponta rosada.

Alimenta-se de lulas, sardinhas e krills (animais invertebrados da família dos camarões). Podem seguir barcos pesqueiros e acabam interagindo com a pesca de espinhel. Ao comer as iscas, são capturados de forma não intencional (bycatch).

São excelentes planadoras e podem voar até 800 quilômetros em um único dia, e atingir quase 130 km/h.Habitam as regiões Sul do oceano atlântico e constroem ninhos na Ilhas Tristão da Cunha e Gough.

Os albatrozes são aves oceânicas migratórias, monogâmicas e colocam apenas um ovo por temporada de reprodução, o que, dependendo da espécie, pode ocorrer entre uma ou duas vezes ao ano.

Caso aviste um mamífero, ave ou tartaruga marinha debilitada ou morta na praia, ligue 0800 642 3341, das 7h às 17h. Sua ajuda é fundamental para salvar vidas!

➡️O CePRAM/R3 Animal fica localizado no Parque Estadual do Rio Vermelho, unidade de conservação sob responsabilidade do Instituto do Meio Ambiente (IMA-SC), em parceria com a Polícia Militar Ambiental.
➡️O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama, das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos.
➡️O objetivo do PMP-BS é avaliar possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos encontrados mortos.
➡️O PMP-BS é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. Em Florianópolis, o Trecho 3, o projeto é executado pela R3 Animal.

Crédito Nilson Coelho/R3 Animal