Mais um grupo de pinguins-de-Magalhães (Spheniscus magellanicus) foi solto na manhã desta terça-feira, 10 de dezembro, na Praia do Moçambique, em Florianópolis. As aves foram resgatadas em praias de Santa Catarina e estavam em reabilitação no CePRAM, localizado no Parque Estadual do Rio Vermelho, sob os cuidados da R3 Animal, por meio do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS).

De acordo com a médica veterinária Janaina Rocha Lorenço esses animais não foram soltos com o grupo de nove pinguins liberados no início de novembro porque a maioria possuía lesões cutâneas, algumas causadas por interação com petrechos de pesca que precisaram de mais tempo para cicatrizar.

“Os pinguins possuem características fisiológicas específicas, como um menor aporte sanguíneo em extremidades corpóreas, portanto lesões cutâneas, por mais que sejam limpas diariamente, levam um tempo maior para cicatrização. Também o contato diário da área lesionada com a água, necessário na reabilitação desta espécie, causa um aumento do tempo de reabilitação. Além disso, é necessário aguardar o crescimento de novas penas no local e certificar-se, por meio de testes, que o animal está completamente impermeável para a soltura”, explica Janaina.

Todos os anos, a partir do início do outono no hemisfério Sul, os pinguins-de-Magalhães deixam suas colônias na Patagônia e migram para o Norte seguindo as correntes de água fria e os cardumes de peixes. Em sua maioria, as aves são juvenis, estão em seu primeiro ano de vida e encaram pela primeira vez a longa viagem. Durante o trajeto, é comum que aves se percam dos bandos e tenham dificuldade em se alimentar. Algumas morrem e outras acabam chegando às praias fracas, desidratadas, algumas com sinais de pneumonia, outras com sinais de afogamento por asfixia, interação com petrechos de pesca e necessitam de cuidados.

O Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CePRAM/R3Animal) fica localizado no Parque Estadual do Rio Vermelho, unidade de conservação sob responsabilidade do Instituto do Meio Ambiente (IMA-SC), em parceria com a Polícia Militar Ambiental.

Caso encontre um mamífero, ave ou tartaruga marinha debilitada ou morta na praia, ligue 0800 642 3341. Sua ajuda é fundamental para salvar vidas!

O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural no Polo Pré-Sal da Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama. Esse projeto tem como objetivo avaliar os possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo na Bacia de Santos sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e do atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos animais encontrados mortos.

Texto: Nilson Coelho / R3 Animal.

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O PMP-BS é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos. Em Florianópolis, o Trecho 3, o projeto é executado pela R3 Animal.